sábado, 24 de abril de 2010

Deixar o que foi, aproveitar o que é

Quando nos dizem "aprende com os teus erros" tratam logo de nos meter mancos.
Logo ali aquele conselho que interpretado da maneira correcta nos poderia ser tão útil faz com que andemos a coxear toda a vida com uma perna agarrada ao passado.
A maior parte de nós não aprende com os seus erros. A maior parte de nós repete vezes sem conta o erro de deixar passar coisas boas ao lado por medos antigos. Quantas vezes não somos menos felizes porque não nos entregamos com medo de ser magoadas como no passado ou por medo de não sermos bem sucedidas, como no passado?
Às vezes é preciso acreditar e saltar novamente de pés juntos... acreditar em nós e acreditar nos outros.
Mais vale dar cem saltos e cair de rabo no chão 99 vezes do que ficar sempre na beirinha, a pensar no que poderia ter acontecido de mal... porque aquela uma única vez em que a aterragem é perfeita, em que do outro lado há alguém que nos apanha e segura vale por tudo.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Eu devia ser ruiva

Eu tenho a pele clarinha.
Eu tenho os olhos verdes.
Eu até tenho uns pontinhos no nariz que de vez em quando querem armar-se em sardas...
Eu devia ser ruiva!
Mas não... na linha de montagem decidiram meter-me o cabelo castanho que com muito boa vontade ficava com reflexos vermelhos no verão.
Assim que pude comecei a pintar o cabelo. Todas as marcas de tinta me passaram pelas mãos... experimentei henna, até (oh sim... tenho de admitir) descolorei o cabelo.
Eu sou a Rita ( olá Rita...) e pinto o cabelo de ruivo há pelo menos 12 anos...
Mas chegou o tempo de levantar a bandeirinha branca. Não sei quanto tempo vou resistir, mas a partir do fim de semana que passou eu voltei à minha cor original.

É que o cabelo já está a ficar demasiado comprido para o pintar de 2 em dois meses!

Mas.. está a assim tão comprido que não possas pintar? Hum.. sim... já preciso de 3 caixas de tinta e os meus braços já não chegam às pontinhas e eu sou demasiado sovina para ir pintar o cabelo ao cabeleireiro.
Mas afinal, pergunta quem já não me mete os olhos em cima há algum tempo, quão comprido está o teu cabelo. E eu aponto orgulhosamente para a fotografia:


quinta-feira, 15 de abril de 2010

Com estrelinhas manhosas e postais nas paredes

Nada nos arremessa violentamente de volta à adolescência como voltar a ter de decorar um quarto só nosso.
De repente há uma divisão inteira, vazia, que nos pergunta "então, quem é que tu és agora?".
Esta é uma oportunidade de nos entrarmos, percebermos quais são os nossos gostos como unidade solitária, de crescer mais um bocadinho... ou alternativamente fazer como eu.
Eu abracei este arremesso à adolescência e enchi as paredes de estrelinhas que brilham no escuro, imagens bonitas tiradas da net e plastificadas, quadros ranhosos pintados por mim e até terminei o conjunto com peluches na cama (a gata preta é um elemento decorativo móvel...).
"Não achas que já era tempo de crescer e ter um quarto em tons de beje e azul marinho com uma linda paisagem calma e serena pendurada por cima da cama?"
Humm... não.  Laranja e roxo parecem-me uma excelente escolha. Tenho é de arranjar mais coisas para colar nas paredes porque ainda não estão preenchidas o suficiente... :P

O tempo é uma coisa tão relativa...

- É que estivemos ali meia hora durante mais de duas horas!

O que eu realmente queria dizer é que tinha estado em pé durante mais de duas horas... mas assim em vez de um queixume saiu-me algo muito mais eloquente.
Ah... e depois de ter já pedido azeitonas azuis no pingo doce, esta semana decidi pedir azeitonas vermelhas.

terça-feira, 13 de abril de 2010

A culpa, na realidade, é da Walt Disney

Eu passei a minha infância em Lisboa com pais que tinham medo que eu fosse atropelada/roubada/raptada. Isto não fez de mim um animal social e passei grande parte da minha primeira década fechada em casa.
Com longas horas passadas sozinha tornei-me mestre do faz de conta e fã das cassetes que tinha e que podia ver no video da sala.
Foi assim que ganhei os dois traços de personalidade que me tentam lixar a vida hoje em dia: uma tara por brincar ao faz de conta (que a partir dos 12 anos começa a ser olhada de lado) e um conceito de Amor que vem direitinho dos contos de fadas e que me faz viver com uma intensidade surreal os sentimentos e esperar que do outro lado aconteça o mesmo.
Mas a maior parte das pessoas teve outras influências que não os filmes da Walt Disney e as histórias de encantar onde os heróis vão contra tudo e contra todos para conseguir chegar ao seu amor. A maior parte das pessoas também brincava ao berlinde com os outros meninos, ou jogava à bola, ou às escondidas, ou à apanhada...
Assim acabo por me ver espartilhada por uma noção de Amor digna de um romance cor de rosa que nos dias de hoje é practicamente impossível e até considerado fora de moda pela nossa sociedade.
Afinal quem é que ainda tem paciência para longas cartas de amor, para jantares à luz das velas, para noites preenchidas com conversas sussurradas, para pequenos almoços na cama, para surpresas, para mensagens lamechas a meio do dia, para vidas pensadas a duas e não a um mais um?
É uma questão de dieta... hoje em dia o amor é light e eu tenho a mania de que só me vou sentir completa com um amor cheio de calorias. E a culpa é da Walt Disney!

domingo, 11 de abril de 2010

Metem nomes parecidos às personagens...

Como é que se chamava aquele que ganhava sempre no fim? Rambo? Não.. o Rambo que apanhava porrada... Rocky!!!

sábado, 10 de abril de 2010

Classificados lésbicos e segredos obscuros

Estive a pensar, senhora dona Samica Alguém, na questão que colocou na caixinha dos comentários.
Bom...se há classificados para pessoas que coleccionam pássaros, para pessoas que fazem artesanato, para pessoas que gostam de motas... porque não haver classificados para lésbicas?
Pena tenho eu de não haver classificados para pessoas que nasceram com o cabelo castanho quando obviamente deveriam ter nascido com o cabelo ruivo e que gostam de cães e de gatos e de massa com manteiga planta e que acham as palavras peúga e sovaco sonoramente arrepiantes e no entanto engraçadas... bem.. aí é que eu ia encontrar muita gente com interesses comuns!
Quanto ao anúncio colocado... nisso tens toda a razão... podem efectivamente pensar que sou uma  "pessoa-desesperada-com-um-traço-antissocial-fortemente-marcado"  e aí até não estão longe da verdade. Eu até nutro uma certa afeição pelo meu futuro como "crazy cat lady".. aliás, no farmville já ganhei as fitinhas todas dessa categoria!!! 
Oh não.. agora ainda por cima revelei que sou uma *daquelas* pessoas que às vezes joga farmville.
Maldito sejas, facebook!!!!
E agora... hum.. vou cuscar o teu perfil *e* o teu blog, dando aso a todo o tipo de congeminações acerca das minhas tendências para stalker. :P

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Eu já ando a meter anúncios!

Sim, leram bem!
Andava eu em busca de livrarias com uma selecção razoável de literatura gay quando tropecei num site de classificados para lésbicas.
Como ando sempre a reclamar que não tenho amigas que pertençam ao clube decidi dar uma de gaja muito para a frente e publiquei o seguinte anúncio:

Procuram-se ovelhas do mesmo rebanho

Olá!
Chamo-me Rita (pausa para toda a gente dizer "Olá Rita")e preciso de amigas lésbicas.
Sim.. soa ridículo, eu sei... mas a única lésbica que conheço foi minha namorada, o que torna difícil alguns tópicos de conversa... 
Adoro as minhas amigas, mas às vezes tenho a sensação que há coisas que não lhes consigo explicar, há assuntos em que faz falta a cumplicidade de um "eu também".
Assim sendo procuro ovelhas do mesmo rebanho para troca de ideias, amizade, conversas sem jeito nenhum às 2 da manhã, conselhos sábios e risota partilhada.

Cerca de 3 minutos depois de clicar em "enviar" já me tinha arrependido. É que aquela porcaria soa a uma das duas: ou velho pervertido a tentar encontrar rapariga que lhe conte as suas experiências sexuais porque é demasiado atado para procurar porno na net ou a tentativa mal disfarçada de engate.

Não beber um litro de chá antes de criar um blog

É que criar um blog é algo que demora o seu tempo e após beber um litro de chá o tempo é uma coisa cheia de idas à casa de banho.

As fadinhas nazarenas

Estou contente porque tenho um template que não só está cheio de arco-iris, que são simbólicos de tanta coisa boa (tirando os duendes verdes que são levemente creepy) tem também fadinhas nazarenas.

Aos bocadinhos

Às vezes tudo o que é preciso é dividir um grande problema em problemas mais pequenos para ver que a solução não está assim tão longe.
Às vezes uma tarefa gigantesca não passa de um molhinho de pequenas tarefas que se fazem sem dificuldade.
Às vezes uma distancia que nos parece enorme é percorrida em menos de nada quando se dá um passo de cada vez.
Tudo se faz, pedaço a pedaço.
Agora eu só tenho é de me lembrar disto...
Mas eu chego lá, aos bocadinhos eu chego lá.