terça-feira, 13 de abril de 2010

A culpa, na realidade, é da Walt Disney

Eu passei a minha infância em Lisboa com pais que tinham medo que eu fosse atropelada/roubada/raptada. Isto não fez de mim um animal social e passei grande parte da minha primeira década fechada em casa.
Com longas horas passadas sozinha tornei-me mestre do faz de conta e fã das cassetes que tinha e que podia ver no video da sala.
Foi assim que ganhei os dois traços de personalidade que me tentam lixar a vida hoje em dia: uma tara por brincar ao faz de conta (que a partir dos 12 anos começa a ser olhada de lado) e um conceito de Amor que vem direitinho dos contos de fadas e que me faz viver com uma intensidade surreal os sentimentos e esperar que do outro lado aconteça o mesmo.
Mas a maior parte das pessoas teve outras influências que não os filmes da Walt Disney e as histórias de encantar onde os heróis vão contra tudo e contra todos para conseguir chegar ao seu amor. A maior parte das pessoas também brincava ao berlinde com os outros meninos, ou jogava à bola, ou às escondidas, ou à apanhada...
Assim acabo por me ver espartilhada por uma noção de Amor digna de um romance cor de rosa que nos dias de hoje é practicamente impossível e até considerado fora de moda pela nossa sociedade.
Afinal quem é que ainda tem paciência para longas cartas de amor, para jantares à luz das velas, para noites preenchidas com conversas sussurradas, para pequenos almoços na cama, para surpresas, para mensagens lamechas a meio do dia, para vidas pensadas a duas e não a um mais um?
É uma questão de dieta... hoje em dia o amor é light e eu tenho a mania de que só me vou sentir completa com um amor cheio de calorias. E a culpa é da Walt Disney!

2 comentários:

Poppie disse...

e passar tardes inteiras na relva a olhar p o nada em silêncio... espero que o amor não seja ligth (continuo sonhadora, nada a fazer). as relações de hoje em dia são. ligth e descartáveis. e demasiado racionais. a minha visão do amor não veio dos filmes da disney que não os via. Nem sei de onde veio, mas como me disseram há uns dias, parece que tenho uma sensibilidade estranha, por isso nem quero imaginar onde fui buscar os meus conceitos.

Pumba disse...

Nahhh o amor não é light.. Tal como a Poppie a minha visão de amor também não veio dos filmes da disney porque não os vi mas para mim amor não é light, é sim os jantarinhos à luz de velas, os pequenos almoços na cama, as longas msgs lamechas, vida pensada a duas e etc etc etc...
Beijinho*